O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu sindicância para investigar a conduta do promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira. A Reclamação Disciplinar 1.00406/2018-29, do advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja, foi aceita pelo plenário da instituição.
A reclamação disciplinar de Rodrigo Souza e Silva foi feita em maio do ano passado, depois de o nome dele ter sido veiculado em reportagens que o ligava a um suposto roubo de um malote de R$ 270 mil, dinheiro que seria usado como propina paga pela administração estadual ao corretor de gado José Ricardo Guitti, conhecido como Polaco. Outro fato motivador da reclamação foram os indeferimentos do acesso ao procedimento investigativo criminal aberto que tratou sobre o suposto roubo do malote.
O julgamento do recurso feito pelo advogado de Rodrigo, Gustavo Passarelli, foi adiado por, pelo menos, duas vezes no mês passado, no dia 9 e, posteriormente, no dia 23. Passarelli recorreu em novembro do ano passado de decisão de arquivamento da representação original, feita pelo corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, e levou o caso ao plenário. Os adiamentos dos julgamentos no mês passado teriam ocorrido a pedido de representantes do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Conforme Passarelli, de agora em diante, será aberta uma sindicância, na qual as partes envolvidas produzirão provas relacionadas ao teor da representação, que ataca a conduta do promotor. “Também haverá oitiva de testemunhas e, ao fim, pode-se concluir ou não pela abertura de processo administrativo-disciplinar”, explicou o advogado. A sindicância é um procedimento preparatório.
Marcos Alex Vera também comentou sobre a abertura de sindicância. Afirmou que recebeu a decisão do plenário do CNMP com naturalidade. “Não é a primeira vez que isso ocorre nem será a última”, afirmou.
PROMOTORIA
Atualmente, Marcos Alex Vera de Oliveira ocupa a 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, em Campo Grande. O órgão tem como uma das atribuições o combate a crimes contra administração pública, como corrupção e lavagem de dinheiro. Alex Vera, porém, ficou conhecido pelo período em que esteve à frente do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O suposto roubo do malote que deu origem à representação também é investigado pela Polícia Federal. Foi citado inclusive no contexto da Operação Vostok, desencadeada em setembro do ano passado, ocasião em que Rodrigo chegou a ser detido temporariamente. A ação da Polícia Federal teve origem em delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS.
fonte: correio do estado