Durante encontro realizado nesta sexta-feira (28) na Casa da Indústria, o setor produtivo de Mato Grosso do Sul declarou apoio formal a senadores e deputados federais para a aprovação das reformas da Previdência e Tributária, ambas em tramitação no Congresso Nacional, além de externar ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) preocupação com a possibilidade de mudanças na destinação dos recursos do FCO (Fundo de Financiamento do Centro-Oeste).
No evento, promovido pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado (Famasul), Federação do Comércio (Fecomércio-MS) e Sebrae Mato Grosso do Sul, o gerente de Políticas Fiscal e Tributária da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Carraro Telles, apresentou aos parlamentares um estudo elaborado pela entidade, apontando as necessidades de mudanças urgentes nas regras da Previdência e sistema tributário brasileiro.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, afirmou que o setor produtivo defende as mudanças como essenciais para incentivar o retorno dos investimentos, do crescimento sustentável e modernização do País. “Nós, enquanto setor privado de Mato Grosso do Sul, e federações que representam a indústria, comércio, agropecuária e empresas do Estado, entendemos que era o momento mais do que oportuno para reunir todo o setor produtivo e apresentar à bancada federal as demandas urgentes para nosso Estado e país”, disse.
Também foi apresentado o trabalho desenvolvido pela Sistema S em Mato Grosso do Sul, composto pelo Sesi, Senai, Sesc, Senac, Senar, Sest, Senat, Sescoop e Sebrae, e a importância das instituições para o trabalhador e sociedade brasileira. Atualmente, 70 projetos de lei que afetam o Sistema S são analisados pela Câmara dos Deputados e Senado.
Participaram do evento na Fiems o senador Nelson Trad Filho (PSD) e o suplente da senadora Soraya Thronicke (PSL), Danny Fabrício, os deputados federais Fábio Trad (PSD), Luiz Ovando (PSL) , Vander Loubet (PT), Dagoberto Nogueira (PDT), Rose Modesto (PSDB), Bia Cavassa (PSDB) e Beto Pereira (PSDB), além do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), acompanhado dos secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e do prefeito de Amambai e vice-presidente da Associação dos Municípios de MS (Assomasul), Edinaldo Bandeira (PSDB).
FCO
Sobre as mudanças no FCO, as federações externaram durante o encontro a preocupação com a iminente destinação de 30% dos recursos do fundo para financiar obras de infraestrutura do Estado. Em nome do setor produtivo, o presidente da Fiems apresentou ao governador uma alternativa à proposta defendida pelo Estado de Goiás, e apoiada pelos demais governadores do Centro-Oeste.
Valores não utilizados pelos fundos FCO, FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) e FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte) no ano em curso seriam direcionados para que os Estados apliquem, como finalidade específica, na implantação de projetos de desenvolvimento e a realização de investimentos em infraestrutura nos Estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
“No caso da Região Centro-Oeste, o setor produtivo tem acesso aos recursos do FCO desde 2007. O importante é mantê-lo com o setor privado dos Estados. Nossa preocupação é perder até 30% destes recursos, que correm o risco de ficar parados no fundo porque, hoje, os Estados não têm capacidade de investimento”, alertou Longen.
Após ouvir o apelo do setor produtivo, o governador defendeu que a discussão seja ampliada. “Não queremos prejudicar o setor privado do Estado, porém, há que se entender a necessidade de o governo investir em infraestrutura”, ponderou.
Coordenador da bancada federal do Estado, o senador Nelsinho Trad ressaltou que a reunião com o setor produtivo foi bastante oportuna diante das importantes pautas em tramitação no Congresso. “Existe um compromisso e alinhamento da bancada federal do Estado em prol do desenvolvimento e geração de oportunidades, independente de ideologias ou bandeiras políticas. As demandas e dados que nos foram apresentados hoje contribuirão para o nosso trabalho e serão analisados com atenção”, concluiu.
Fonte: Correio do Estado