Bandido considerado extremamente perigoso e com prisão decretada pela Justiça, Fernando Rosa da Silva, 27, conhecido como “Tio Chico”, foi preso em Dourados, a 233 km de Campo Grande, acusado de comandar execuções através do chamado “tribunal do crime”. Ele fazia o papel de carrasco nos julgamentos de inimigos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Fernando iria executar a mulher de 19 anos, resgatada no dia 9 deste mês por agentes da Defron (Delegacia Especializada de Repreensão aos Crimes de Fronteira) e do SIG (Setor de Investigações Gerais) um dia depois de ser sequestrada pela facção.
Ela estava no cativeiro, na Vila Cachoeirinha – região sul da cidade, mesmo bairro onde Fernando foi preso. Segundo a polícia, a mulher foi resgatada uma hora antes de ser lavada para o mato para ser executada, por supostamente “rasgar a camisa do PCC” e entregar integrantes da facção à polícia.
“Tio Chico” foi preso pelo SIG no andamento das investigações após a mulher ser resgatada um dia depois de ser sequestrada em casa por membros da facção criminosa. Outros três envolvidos – a dona da casa usada como cativeiro, o vigia do local e o bandido que sequestrou a mulher – já tinham sido presos na sexta-feira passada.
Na terça-feira (13), o SIG identificou o cativeiro onde a jovem sequestrada era mantida em cárcere privado. A casa localizada na Rua Frei Antônio, na Vila Cachoeirinha, foi preparada para abrigar a vítima. Tapumes foram colocados no cômodo para isolar o som e havia um colchão no chão.
No mesmo dia, o SIG identificou outros quatro participantes do sequestro, que foram indiciados. Entre eles estava Fernando Rosa da Silva, procurado por homicídio.
De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, do SIG, Fernando é investigado como autor de pelo menos dois outros tribunais do crime em Dourados. O SIG apurou que a sentença de morte da jovem já havia sido decretada pela facção.