É espantosa e causa muita perplexidade aos pobres mortais a preocupação do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS) com a simples possibilidade de ser questionado sobre os seus vários atos administrativos e financeiros. E quando esses questionamentos são feitos por meio de instituições como o Ministério Publico, então a preocupação dá lugar a um desespero que não aparece diante da opinião publica, mas é manifestado reservadamente nos confortáveis gabinetes dos conselheiros, uns mais nervosos que outros.
Só assim para tentar imaginar o que aconteceu quando a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon), ao inteirar-se sobre as denúncias envolvendo a corte, buscou o Judiciário na tentativa de desenterrar três investigações sobre contratos milionários com prestadoras de serviço e fornecedores que geraram suspeitas por alguns motivos determinantes, como o processo licitatório, o valor dos editais e o perfil dos beneficiários.
A Ampcon já deveria estar sabendo dos contratos do TCE com empresas de informática, um segmento comercial praticamente monopolizado por João Baird. Ele se especializou em operar na esfera institucional e é acusado pelo MPE de ser uma das peças importantes em engrenagens empresariais que faturam elevados cifrões dos cofres governamentais, enriquecendo seus operadores.
Dessa forma o olhar fiscalizador da Associação do MP de Contas dirigiu-se com propriedade para o contrato de R$ 30 milhões entre o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e a Itel Informática, uma das empresas de João Baird. Mas a tentativa da Ampcom não vingou. Os conselheiros editaram uma deliberação, sabe-se lá com que base legal, e suspenderam as investigações.
Com isso, a população ficou sem a investigação que pode (ou poderia) esclarecer os fatos e clarear a visão de quem fiscaliza o uso do dinheiro do contribuinte. E a sujeira que se imagina existir deve estar se acumulando sob os tapetes do paraíso do Parque.
Fonte: Olhar MS