Trechos sem acostamento, ondulados, com curvas perigosas ou sem sinalização de advertência, defeitos encontrados em 3.740 de 4.421 quilômetros de rodovias federais em Mato Grosso do Sul avaliadas em pesquisa pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes).
Esse resultado representa índice de 84,6% em condições consideradas péssimas, ruins ou regulares, no quesito “geometria da via”, em que se leva em conta o alinhamento e uniformidade da rodovia, além de itens de segurança instalados.
O levantamento faz parte de pesquisa nacional divulgada hoje pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), que 24 pesquisadores avaliaram as condições de 108 mil quilômetros de estadas federais e as principais estaduais pavimentadas em todo o País, durante um mês.
Os principais quesitos avaliados foram pavimentação, sinalização, geometria da via e infraestrutura para transporte.
Em Mato Grosso do Sul, foram pesquisados 4.421 quilômetros das BRs 060, 158, 163, 262, 267, 359, 419, 436, 463, além de trechos estaduais não especificados.
Na avaliação geral, o Estado figura próximo da média nacional (41%), com classificação boa e ótima em 47,8% das vias. Porém, quando somados os índices regular, ruim e péssimo, o resultado é de 52,2%, acima do percentual geral. Neste quesito, a pesquisa nacional chegou a 59%.
Esse alto índice pode ser atribuído ao quesito geometria da via, que deve assegurar a uniformidade da via e/ou quesitos de segurança, caso não seja possível melhorias na rodovia, como, por exemplo, sinalização para alertar para curvas perigosas, redução da largura de pista e até poda da vegetação.
Neste ponto, os índices de MS ultrapassam os nacionais. Dos 4,421 quilômetros avaliados, 84,6% tiveram avaliação negativa: 3.740 quilômetros foram considerados de qualidade péssima (43,8%), ruim (14,4%) e regular (26,4%). Apenas 681 quilômetros foram qualificados pelos técnicos como bom (14,9%) ou ótimo (0,5).
No levantamento nacional, verificou-se que 76,3% da extensão avaliada, 83.031 quilômetros, apresenta algum tipo de problema na geometria da via (regular 26,6%, ruim 20,7% ou péssimo 29%).
“Há vários pontos sem acostamento, trechos com curvas perigosas sem defensas e sem sinalização de advertências além de trechos ondulados ou montanhosos onde não foi identificada a presença de faixa adicional para que os veículos lentos trafeguem de forma segura”, conforme relatório.
Conforme levantamento, os pesquisadores da CNT estima a necessidade de R$ 38,60 bilhões para reconstrução e restauração das rodovias brasileiras. Em 2018, foram investidos R$ 7,48 bilhões pelo governo federal em rodovias, dos quais R$ 2,75 bilhões (36,8%) foram de restos a pagar.
Fonte: CG News