Aos 27 anos, ele foi diagnosticado com câncer no joelho e metástase no pulmão; agora enfrenta batalha diária para vencer a doença.
Ainda existe uma longa batalha até chegar na cura do câncer, mas o camapuanense Luan Henrique Abreu Andrade já vibra por ultrapassar a primeira linha de chegada. Ele é designer gráfico, tem 27 anos e foi diagnosticado com “Sarcoma Sinovial” no joelho, que é um tipo de tumor raro, e metástase no pulmão, em dezembro de 2019. Em janeiro, iniciou o tratamento e, nesta semana, encerrou os seis primeiros ciclos da quimioterapia, em Campo Grande.
“Ainda não estou curado. O médico disse que talvez vou precisar fazer mais quimio. Minha luta ainda não acabou, porém, vou com os dois pés de voadora nisso”, brincou Luan. Apesar do diagnóstico, ele não deixa a doença o abater e tem certeza que vai conseguir ultrapassar todas as barreiras.
Feliz após a quimio, Luan Henrique fez uma selfie ao lado da enfermeira Rose. (Foto: Arquivo pessoal)
Alto astral, Luan passou a enxergar a vida com outros olhos desde que descobriu a doença. Corajoso e decidido, contou como tudo começou até chegar aqui. “Passei a sentir dor no joelho, mas só depois de um ano, quando intensificou mais, que procurei um médico”, disse.
“O ortopedista pediu alguns exames e por fim me deu um laudo errado. Estava fazendo o tratamento que tinha passado, mas a dor não parava. Aí, fui atrás de outro médico e com os mesmos exames, ele disse que tinha algo errado no meu joelho. Fizemos uma cirurgia de emergência e foi quando descobriu o tumor”.
Durante o procedimento o médico colheu amostra para biópsia e, ali mesmo, Luan recebeu o diagnóstico. “Após a cirurgia ele disse ‘Você está com câncer’, respondi: Beleza, tem cura? O médico falou ‘Basta você querer’. Então disse: Bora pra cima, não vai ser isso que vai derrubar eu não”.
Foi então que sua batalha contra o câncer começou. Logo passou a fazer quimioterapia no Hospital de Câncer Alfredo Abraão, de Campo Grande. “Foram seis ciclos. Eram três dias de quimioterapia seguidos a cada 20 dias”, contou.
Encarar tudo não foi fácil, isso porque, geralmente quando uma pessoa ouve a palavra “câncer”, acredita ser a sentença de morte. No entanto, isso, não passou pela cabeça de Luan, que também precisou ser forte para dar apoio a família.
“Minha mãe ficou bem mal, mas disse para ela, assim como falei para meus amigos que precisava deles bem. Se eles estivessem bem com a situação, eu também ficaria. Me ajudaram bastante”, destacou.
O tratamento é uma luta diária e tem dias que a tristeza bate. “Não vou mentir, tem horas que dá uma tristeza. Um dia, chorei me perguntando ‘poxa, por quê?’. Depois dei três tapão na cara, olhei no espelho e disse: Reage moço, bora pra cima”. E assim, Luan foi se incentivando.
Por conta do tratamento, o cabelo precisou ser raspado. Se ver totalmente careca no espelho foi ruim, mas não demorou muito para se acostumar com novo visual. “Foi rapidão”.
Essa nova fase, o fez repensar em tudo que viveu até aqui e ter o desejo de se tornar uma pessoa melhor. “Minha vida mudou muita coisa, o jeito como olho pra ela principalmente. Foquei na felicidade, levantei a cabeça e aqui estou”, afirmou.
“Considero ser minha segunda chance e vou fazer tudo diferente. Antes, só farreava, vivia rodeado de gente e esquecia da família. Agora, muitas pessoas se afastaram, menos minha família e os verdadeiros amigos”, disse. “Também quero praticar esportes”, completou.
A forma como foi acolhido no hospital pelos profissionais também o ajudou a não desanimar. “Na oncologia, o pessoal é bem pra cima, é um clima legal. Achei o tratamento com as quimios bem tranquilo, tirando as partes que passava mal. No entanto, as sessões foram tranquilas, as meninas da oncologia me ajudaram muito, só agradeço tudo que fizeram por mim”.
No fundo, Luan é o segundo ao fundo, da esquerda para direita, e está no meio dos funcionários do Hospital de Câncer Alfredo Abraão. (Foto: Divulgação/Hospital de Câncer Alfredo Abraão)
No dia 13 deste mês, ele encerrou os seis ciclos da quimioterapia e saiu vitorioso do hospital.
Em casa, os cuidados triplicaram, principalmente por conta da epidemia do coronavírus. “Corona não passa lá em casa, minha mãe não deixa. É oi do portão pra fora e álcool gel por todos os lados. Desde que começou, é em casa ou no hospital”.
“Minha situação agora depende dos resultados dos meus exames. Mas, olhando como cheguei no hospital, de muleta, e nesta semana sai andando, acho que teve muita melhora. A metástase no meu pulmão praticamente sumiu, porém tudo depende do que meus médicos vão falar. Tomara que sejam notícias boas”, declarou.
Fonte: Campo Grande News