Durante a pandemia do coronavírus, em que a principal orientação é o isolamento social, o efeito foi o contrário no fluxo do tráfico de drogas, que aumentou na fronteira com Mato Grosso do Sul. Levantamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) mostra que houve aumento expressivo na apreensão de maconha e cigarros no Estado, por onde entram boa parte dos produtos ilícitos no País.
Na última quarta-feira (20), ação integrada da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou na apreensão de 28 toneledas de maconha, a maior apreensão de droga ja feita no Brasil.Carga, avaliada em R$ 30 milhões, saiu do Paraguai, entrou no País por Ponta Porã e seria levada para o interior de São Paulo.
Conforme dados da Polícia Federal de Campo Grande, neste ano, média de apreensão de drogas é de 13 toneladas por mês, mais que o dobro da média do ano passado, que foi de seis toneladas mensais. No total, foram retidas 63,4 toneladas de maconha em 2020, enquanto nos doze meses de 2019 foram 79,8 toneladas.
Para o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Cleo Mazzotti, as estatísticas demonstram que as quadrilhas de cigarro e maconha intensificaram a tentativa de ingresso no País durante a quarentena.
“As organizações criminosas apostam na redução da atuação policial por conta da pandemia e aumentaram o fluxo, porém nós continuamos atuando. Hoje há uma integração muito grande entre as forças policiais, em várias esferas, principalmente em Mato Grosso do Sul e no Paraná”, afirmou.
Por conta do coronavírus, as fronteiras estão fechadas, mas é permitida a passagem de veículos de carga, que são usadas no transporte de grande quantidade de ilícitos.
Presidente do Idesf, Luciano Barrros, acredita que o aumento no tráfico está relacionado ao período de cultivo da maconha.
“Este é o momento pós colheita no Paraguai, gerando maior pressão para a distribuição da maconha. O aumento de apreensão também indica mais atenção e eficiência dos órgãos de segurança na vigilância fronteiriça”, explicou.
Fonte: Correio do Estado