O clima está sendo favorável para o desenvolvimento da lavoura do milho 2ª safra em Mato Grosso do Sul. Esse é o principal destaque do boletim nº 361 divulgado nesta semana pelos técnicos do Projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), em parceria com entidades de produtores rurais (Famasul e Aprosoja).
“O que mais nos chama atenção neste último boletim é o clima. Tivemos chuvas expressivas nos últimos dias, principalmente no centro-sul do Estado, que foi prejudicado com a estiagem logo após o plantio. O desenvolvimento do milho estava prejudicado, mas esse boletim nos mostra que houve uma recuperaçãão expressiva, mas ainda não suficiente para atingir os níveis de normalidade”, destaca o presidente da Aprosoja, André Dobashi.
O secretário Jaime Verruck, da Semagro, destacou os dados de precificação da safra do milho apresentados no boletim. “A comercialização da safra de 2018/2019 ficou na casa dos R$ 36 a saca e já temos 41,87% da safra de 2020 já comercializada, um avanço de 7 pontos percentuais em relação ao índice apresentado na safrinha do ano passado”.
A estimativa da safra 2019/2020, no entanto, continua inferior ao registrado na safra anterior devido à redução na área plantada e problemas com escassez de chuvas entre os meses de março a maio. O boletim mantém a estimativa divulgada anteriormente, de que a área será menor que a inicial, saindo de 1,977 milhão para 1,900 milhão de hectares. Assim, considerando a área da safra 2018/2019 de 2,173 milhões de hectares, houve uma redução de 12,57% da área plantada. A produtividade média estimada para o estado é de 72 sc/ha, o que confere uma expectativa de produção de 8,208 milhões de toneladas.
O boletim ainda destaca como fator determinante para a redução de área do milho 2ª safra foi, sobretudo, “a redução da janela ideal para semeadura da cultura, em função do atraso do plantio da soja na safra anterior e o risco climático indicado em janeiro de 2020, levando produtores a optar pelo plantio de outras culturas de inverno, especialmente milheto, sorgo, feijão, pasto, trigo e aveia. Esse comportamento mostrou que os produtores estão preocupados com o manejo de pragas e doenças. A adoção de outras culturas faz com que haja quebra de ciclo de várias doenças e insetos pragas, podendo assim melhorar o manejo cultural para próxima safra de soja.”
Fonte: Semagro